-Parabéns! Fico...-Ela não conseguiu acabar de falar, o pai queria falar.
-Ficas o que? Achas isto bem? Concordas com isto? Eu não!-Disse bastante zangado e não ficava por ali.- E tu também não concordas porque esse bebé não vai existir!
-O que?-Perguntou o Slimani.
-Sim ela tem de tirar esse bebé.-Ele falava francês e Ana não tinha percebido muito bem o que ele tinha dito mas agora tinha percebido perfeitamente bem.
-Não precisas de traduzir. Eu percebi.
-Não tens direito nenhum a dizer isso. Não és pai dela. E esta criança vai existir sim e vamos ser os melhores pais que ela podia ter, vamos aprender cada dia a cuida melhor do nosso filho.
-Você pensa que é melhor pai, melhor pessoa ao ser assim? Ao seguir as regras deste país, ao ser assim tão ditador? Não é! Você é um monstro, uma pessoa horrível. Pode ser muito cedo, podemos ser muito novos mas esta criança não tem culpa nenhuma.-Ana não tinha pensado duas vezes naquilo que queria dizer, falou em inglês e ele parecia ter percebido tudo. Pela cara do Slimani, percebia-se que estava surpreso com o que a sua namorada acabara de dizer ou até chateado. O pai de Slimani ficou quieto e sem qualquer reacção enquanto que Ana virou costas em direcção da porta de casa.
-Espera!-Disse Slimani. Caminhou até ela, segurou-lhe a mão e puxou-a.-Vem!-Ela nada disse e caminhou atrás dele até ao seu quarto. Assim que entraram ele fechou a porta.-Onde é que ias?
-Embora. Desculpa, eu sei que me deves estar a odiar por aquilo que eu disse ao teu pai mas eu não aguentava ficar calada.
-Não tens de pedir desculpa! O meu pai está mesmo a ser um monstro. Mas ias fugir de mim outra vez?
-Não, desta confusão apenas.
-Podemos fugir os dois?
-Podemos mas...é isso que queres?
-Sim! Não quero ficar aqui nem mais um dia.
-E a tua família?
-Depois da apresentação com o Sporting eu vou tentar voltar cá para falar melhor com os meus pais.-Enquanto falava com Ana, Slimani já fazia as malas.
15 Minutos Depois...
-Está tudo pronto! Vamos ser felizes?-A pergunta do rapaz, fez Ana esboçar um grande sorriso.
-É aquilo que mais quero! Mas tens a certeza?
-De que quero fugir de confusões e ser feliz com a rapariga que amo e com quem vou ter um filho? Nunca tive tanta certeza de nada na minha vida.-Eles beijaram-se de forma carinhosa e saíram do quarto, voltando à sala onde ainda todos permaneciam.
-Nós não somos bem-vindos nesta casa, por isso, vamos sair.-O pai de Slimani não teve qualquer reacção, enquanto que a mãe parecia bastante triste deixando escapar algumas lágrimas. O rapaz caminhou até ela e Ana seguiu-o.
-Não é um adeus, é um até já!-Disse, fazendo-lhe uma festa na cara e dando-lhe um beijo.
-Desculpe.-Disse Ana à mãe de Slimani. Esta abanou a cabeça e sorriu-lhe, parecendo querer dizer que ela não tinha culpa alguma. Por fim, despediram-se da irmã e saíram.
-A tua mãe e a tua irmã ficam bem?-Perguntou Ana.
-É só isso que eu tenho mais medo.-Respondeu, voltando a olhar para a porta de casa.
-Não queres ficar mais uns dias para perceber se elas ficam bem?
-Não posso. Daqui a 10 dias tenho a apresentação pelo Sporting e tenho de ir para Lisboa.
-Vai correr tudo bem vais ver!-Respondeu abraçando-o.
10 Dias Depois...
Estes dez dias tinham sido passados juntos num hotel e aproveitados por Ana e Slimani para namorarem, tentaram abstrair-se de tudo o que fosse profissional ou outras complicações familiares. Apenas se dedicaram a eles e ao amor deles.
Hoje era o dia que Slimani ansiava, a apresentação no Sporting. O começo de uma nova vida profissional e o começo de um sonho: jogar na Europa.
-Posso ir contigo?-Perguntou Ana, depois de acordar e ver Slimani a sair do quarto já pronto.
-Eu já ia sair. E preferia ir sozinho, senão depois falam de nós.
-Sim, secalhar é melhor.-Respondeu. Slimani deu-lhe um beijo e saiu. A verdade é que Ana não achava nada melhor. Aquilo que mais queria era estar ao lado dele naquele momento, estar presente no dia que marca o começo da nova vida do seu namorado. Agora já não podia fazer nem dizer nada, voltou a deitar-se e adormeceu, acordando mais tarde. Consultou alguns sites onde já existiam algumas fotos da apresentação. Sinal que ele estaria quase a voltar.
-Voltei!-Disse assim que chegou perto de Ana.O rapaz estava com um sorriso enorme, o mesmo que esboçou quando soube que ia ser pai.
-Correu bem?
-Sim, muito bem mas que cara triste é essa?
-Não estou triste. E então já conheceste muitas pessoas?
-Sim. O presidente, dirigentes...
-Só?
-Adeptos.
-Adeptas?
-Não acredito! É por isso que estás assim?
-Não. Gostava de ter ido contigo só isso.
-Por causa das adeptas.
-Não.
-Sim. Não me mintas.
-Porque gostava de ter estado contigo neste momento importante para ti mas também é isso.
-És mesmo tonta! Foi um momento importante mas foi só o primeiro, espero eu! Existirão mais, onde vais poder e eu vou querer que estejas ao meu lado. E sim havia adeptas claro mas qual é o problema?
-Ainda se fazem a ti.E secalhar são mais bonitas que eu.
-Que inseguranças são essas? Eu amo-te e já devias saber isso. Mesmo que fossem mais bonitas é de ti que eu gosto e de quem vou ter um filho.
-Se algum dia deixares de gostar de mim, dizes-me? Não quero que estejas comigo, só pelo nosso filho.
-Achas que eu faria isso? Nunca!
-Não. Mas são as inseguranças.
-Chega dessas inseguranças!Não te vou trocar por ninguém só porque mudei de país e de clube. É de ti que eu gosto, és tu que eu quero ao meu lado, são os teus beijos e o nosso amor uma das coisas que me fazem mais feliz!
-Desculpa.
-Eu desculpo, se esqueceres essas inseguranças todas.
-Eu esqueço.
-Então estás desculpada.-Ana parecia um pouco envergonhado com todas aquelas inseguranças sem razões nenhumas. Slimani puxou a rapariga para si e abraçou-a, dando-lhe depois um beijo curto nos lábios.
-Obrigada por teres mudado mudado tanto a minha vida para melhor!-Disse Ana.
-Isso digo eu! Eu tenho é de pedir desculpa por ter mudado tanto a tua vida e tão cedo.
-Não fizeste nada sozinho. E estás a pedir desculpa por trazeres muita felicidade a mim e à minha vida? Nada disso. Muito obrigada!
-Fazes-me tão feliz!
-E tu a mim!-Voltaram a beijar-se entre sorrisos que transmitiam a felicidade que ambos falavam.
-Está na hora de irmos para casa dos meus pais.-Disse Ana. Tinham combinado almoçar em casa dos seus pais, para finalmente contarem tudo ao seu pai que só agora tinham chegado de uma viagem de negócios. Estavam a sair do quarto quando o telemóvel de Slimani começou a tocar.
-É a minha mãe!-Disse Slimani.
-Atende!
-Estou!
...
-Mãe tem calma! Fala devagar! Estás a assustar-me!
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Olá a Todas!
Desculpem esta demora mas tive de férias e depois tive algumas dificuldades em escrever mas consegui!
Espero que tenham gostado e que deixem os vossos comentários!
Beijinhos!