sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

10-"Rápido...veste-te e vai para o armário Sli!"

-É a minha mãe!-Disse Slimani.

-Atende!

-Estou!
...
-Mãe tem calma! Fala devagar! Estás a assustar-me!
...
-O Pai o que?
...
-Tem calma! A Maria?
...
-Não saiam daí. Eu vou já para o aeroporto.-Disse, desligando a chamada.

-O que é que aconteceu?-Perguntou Ana, preocupada.

-Tenho voltar já a casa, a minha mãe precisa de mim.

-Mas o que é que se passou?

-O meu pai bateu na minha mãe, eu tenho de ir.

-Eu vou contigo.-Ana não queria deixá-lo ir sozinho, do pouco que conhecia o pai dele sabia que ele podia perder a cabeça facilmente.

-Não. Fica.

-Mas tem calma e cuidado, por favor.

-Sim, eu vou ter.-Deu-lhe um beijo na testa e nos lábios e encaminhou-se para a porta.

-Depois liga-me.-Ele acenou-lhe com a cabeça e saiu.

...
Passaram-se horas e horas e nada de notícias. Eram já 23 horas quando o telemóvel de Ana tocou. Não reconhecia o numero mas atendeu, era Slimani.
-Estou!-Disseram do outro lado.

-Finalmente! Como é que estás?


-Bem. A minha mãe é que nem tanto mas vai ficar tudo bem.


-Olha...porque é que não trazes a tua mãe e a tua irmã para cá?


- E deixar o meu pai cá sozinho? Não sei se isso não vai fazer pior!

- Mas elas sofrerem desta maneira também não faz bem Sli.

- Sim, até tens razão,..vou falar com elas, pode ser?

- Óbvio, mas volta rápido. Tenho, quer dizer, temos saudades tuas.

- Eu volto assim que tiver a resposta delas, prometo, amo-te.

- Também te amo Sli.

Desligaram. Ana estava realmente preocupada com a Maria e a mãe deles. Que o pai dele era um monstro já todos tinham percebido, mas bater nelas? Era cobardia a mais. Ana tinha ido para casa, para falar com a mãe sobre o que tinha acontecido.
- Tens a certeza mãe?

- Filha, elas precisam de ajuda e como temos possibilidades disso, acho que é o melhor.

- Ai Obrigada mãe, estás a ser tão espetacular.

- Mas vamos acolher essas pessoas na nossa casa porquê mesmo? Eu ainda não percebi.

- Vamos ajudá-los pai e quando tudo acalmar irás perceber, não te preocupes.

- Então e as visitas chegam quando filha?

- Não sei mãe, vou ligar.

Quando Ana desbloqueou o telemóvel pronta a ligar a Sli, era ele quem ligava.
- Estou amor, elas aceitam, pelo menos por uns tempos, não sei ainda é como vamos fazer.

- A minha mãe quer que vocês fiquem cá em casa.

- Tens a certeza disso?

- Foi ela que me veio com esta conversa e tudo. Aceita, vá lá Sli, até estar tudo resolvido, por favor.

- Tudo bem, vamos a isso. Temos voo daqui a uma hora, chegamos de madrugada, podes avisar a tua mãe?

- Claro, vamos buscar-vos ao aeroporto, até logo Sli.

- Amo-te muito muito amor.

- Beijinhos. – E desligaram.

....
Já no aeroporto estavam Ana e a sua mãe à espera de os ver a qualquer momento. Até que Ana ouve chamaram-na.
-Sli! – Correu até ele, abraçando-o como se não o visse há meses.

-Agora nada nos separa! – Disse levantou-a do chão de tão feliz que estava.
Depois de todas as apresentações, todos se dirigiam para o carro. Ana ao volante e Slimani ao seu lado e Maria, a Mãe da Ana e dos irmãos, atrás.

-A tua mãe safa-se no francês. – Disse Maria a Ana.

-Bem melhor do que eu acredita. Aqui o teu irmãozinho vai começar a falar português de jeito, daqui a uns meses tá pró!

- Amo-te – Pronunciou Slimani em português fazendo Ana corar e dar-lhe um beijo apressado.

Chegaram a casa e a mãe de Ana tratou de preparar alguma coisa para comerem, eram 5h00, e todos iriam fazer direta para conseguir dormir na noite seguinte. Enquanto Ana e Slimani foram para o quarto dela, as duas mães e a Maria ficaram na sala a falar da nova vida que iriam viver todos juntos.
-Parecemos uns doidos, só ia passar férias e venho grávida e contigo e com a tua família cá.

-Mas eu estou muito feliz, fazia-me falta alguém como tu.

-Podíamos ter assim um momento só nosso. – Disse Ana aproximando-se de Slimani – Tenho saudades tuas.

-E se as nossas mães entram?

-Problema resolvido. – Disse Ana enquanto trancava a porta. – Anda cá. – Ana estava a provocar e Islam a não conseguir resistir-lhe.


-Ana, a porta está trancada porquê? – Do outro lado era o pai dela.

-Rápido...veste-te e vai para o armário Sli! Apesar de ele saber que vocês estão cá, ver-te no meu quarto é mais complicado. – Ele sorriu e piscou-lhe o olho.

Ana vestiu-se o mais rápido que conseguiu e abriu a porta.
-Não sei pai, eu fechei e já não estava a conseguir abrir, deve estar alguma coisa estragada. – Disse quase sem fôlego.

-Estás ofegante porquê?

-Ai pai, então fomos busca-los e como vim a correr para quarto fiquei assim, cansada.

-Está bem. Eu só vinha dar-te um beijo, tenho outra reunião, não sei quando volto mas fica bem.

-E vais já? Ainda é de madrugada Pai.

-Sim, mas tem de ser filhota. Vá, depois eu ligo. – Disse o pai de Ana já a virar costas.

Entretanto Slimani sai do armário a rir-se.
-Estás a rir-te do quê mesmo?

-Ficas demasiado fofa toda atrapalhada.

-Cala-te! Íamos sendo apanhados Sli. – Disse sentando-se na cama. Islam só brincava com a situação e começou a aproximar-se de Ana para a beijar. Pôs a mão na perna dela e fê-la subir tronco acima. Ouviu-se uma tosse.


-Isto hoje está difícil. – Comentou Slimani. – Diz Mana. – Disse virando-se para a porta.

-Desculpem, não queria interromper nada.-Disse Maria, não dando tempo de nenhum deles.

-Finalmente sós!-Disse Slimani.

-Digo o mesmo! Eu e a minha cama...o sono chegou, não aguento mais acordada.

-Descansa.


2 Semanas Depois (11 de Agosto de 2013) ...
O Jogo começou e o golo da equipa surgiu logo aos 5 minutos por Montero. A restante primeira parte foi bastante disputada em termos de posse de bola. O facto de Slimani estar no banco, deixava Ana nervosa e esperançosa de que chegasse a entrar e a estrear-se  com a camisola do Sporting.
Depois do intervalo, as primeiras substituições sucederam mas ele continuava no banco. Os minutos passaram, com mais substituições e golos aos 72 por Carrillo e aos 77 por Rúben Semedo.
Nessa altura Sli, como Ana gostava de o chamar, já aquecia. A esperança de entrar era muita, via-se no olhar dele. Foi aos 82 minutos que esse momento aconteceu. Mostrou e jogou o que conseguiu nos poucos minutos que teve para jogar mas apesar de tudo ele estava feliz, o momento que mais desejou tinha-se concretizado.


Com uma vitória por 3-0 contra a Fiorentina, a Taça dos Cinco Violinos tinha sido conquistada e estava na hora da festa. Estreia pela equipa, uma vitória e a conquista da Taça, não podiam ter deixado Slimani mais feliz. Apesar de ainda não se sentir completamente integrado, juntou-se ao grupo, festejou como todos os outros e festejou com os adeptos. 
Ana festejou com ele das bancadas, bastava uma troca de olhares ou sorrisos para se perceber a felicidade dele por aquele momento e a felicidade da rapariga por estar ao lado do namorado naquele momento, estava também feliz com a felicidade dele.

Os últimos dias tinham sido complicados por causa da habituação do Slimani ao Sporting e da família dele, principalmente a mãe, a Portugal. Mas os momentos menos bons são necessários para que os bons valham a pena, como hoje.
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Olá a Todas!
Desculpem a demora mas a faculdade ultimamente não me deixa tempo para mais nada mas hoje consegui publicar e espero que tenham gostado!
Espero também que não se tenham fartado de esperar, conto com as vossas opiniões!
Beijinhos!
Sofia

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

9-"E tu também não concordas porque esse bebé não vai existir!"

-Parabéns!-Disse Maria. Ela tinha tido uma reacção muito repentina, fazendo com que se instala-se um grande silêncio que acabou por ser quebrado pela mãe de Slimani.

-Parabéns! Fico...-Ela não conseguiu acabar de falar, o pai queria falar.

-Ficas o que? Achas isto bem? Concordas com isto? Eu não!-Disse bastante zangado e não ficava por ali.- E tu também não concordas porque esse bebé não vai existir!


-O que?-Perguntou o Slimani.

-Sim ela tem de tirar esse bebé.-Ele falava francês e Ana não tinha percebido muito bem o que ele tinha dito mas agora tinha percebido perfeitamente bem.

-Não precisas de traduzir. Eu percebi.

-Não tens direito nenhum a dizer isso. Não és pai dela. E esta criança vai existir sim e vamos ser os melhores pais que ela podia ter, vamos aprender cada dia a cuida melhor do nosso filho.

-Você pensa que é melhor pai, melhor pessoa ao ser assim? Ao seguir as regras deste país, ao ser assim tão ditador? Não é! Você é um monstro, uma pessoa horrível. Pode ser muito cedo, podemos ser muito novos mas esta criança não tem culpa nenhuma.-Ana não tinha pensado duas vezes naquilo que queria dizer, falou em inglês e ele parecia ter percebido tudo. Pela cara do Slimani, percebia-se que estava surpreso com o que a sua namorada acabara de dizer ou até  chateado. O pai de Slimani ficou quieto e sem qualquer reacção enquanto que Ana virou costas em direcção da porta de casa.

-Espera!-Disse Slimani. Caminhou até ela, segurou-lhe a mão e puxou-a.-Vem!-Ela nada disse e caminhou atrás dele até ao seu quarto. Assim que entraram ele fechou a porta.-Onde é que ias?

-Embora. Desculpa, eu sei que me deves estar a odiar por aquilo que eu disse ao teu pai mas eu não aguentava ficar calada.

-Não tens de pedir desculpa! O meu pai está mesmo a ser um monstro. Mas ias fugir de mim outra vez?

-Não, desta confusão apenas.

-Podemos fugir os dois?


-Podemos mas...é isso que queres?

-Sim! Não quero ficar aqui nem mais um dia.

-E a tua família?

-Depois da apresentação com o Sporting eu vou tentar voltar cá para falar melhor com os meus pais.-Enquanto falava com Ana, Slimani já fazia as malas.

15 Minutos Depois...
-Está tudo pronto! Vamos ser felizes?-A pergunta do rapaz, fez Ana esboçar um grande sorriso.

-É aquilo que mais quero! Mas tens a certeza?

-De que quero fugir de confusões e ser feliz com a rapariga que amo e com quem vou ter um filho? Nunca tive tanta certeza de nada na minha vida.-Eles beijaram-se de forma carinhosa e saíram do quarto, voltando à sala onde ainda todos permaneciam.

-Nós não somos bem-vindos nesta casa, por isso, vamos sair.-O pai de Slimani não teve qualquer reacção, enquanto que a mãe parecia bastante triste deixando escapar algumas lágrimas. O rapaz caminhou até ela e Ana seguiu-o. 

-Não é um adeus, é um até já!-Disse, fazendo-lhe uma festa na cara e dando-lhe um beijo. 

-Desculpe.-Disse Ana à mãe de Slimani. Esta abanou a cabeça e sorriu-lhe, parecendo querer dizer que ela não tinha culpa alguma. Por fim, despediram-se da irmã e saíram.

-A tua mãe e a tua irmã ficam bem?-Perguntou Ana.

-É só isso que eu tenho mais medo.-Respondeu, voltando a olhar para a porta de casa.

-Não queres ficar mais uns dias para perceber se elas ficam bem?

-Não posso. Daqui a 10 dias tenho a apresentação pelo Sporting e tenho de ir para Lisboa.

-Vai correr tudo bem vais ver!-Respondeu abraçando-o.

10 Dias Depois...
Estes dez dias tinham sido passados juntos num hotel e aproveitados por Ana e Slimani para namorarem, tentaram abstrair-se de tudo o que fosse profissional ou outras complicações familiares. Apenas se dedicaram a eles e ao amor deles. 
Hoje era o dia que Slimani ansiava, a apresentação no Sporting. O começo de uma nova vida profissional e o começo de um sonho: jogar na Europa.
-Posso ir contigo?-Perguntou Ana, depois de acordar e ver Slimani a sair do quarto já pronto.

-Eu já ia sair. E preferia ir sozinho, senão depois falam de nós.

-Sim, secalhar é melhor.-Respondeu. Slimani deu-lhe um beijo e saiu. A verdade é que Ana não achava nada melhor. Aquilo que mais queria era estar ao lado dele naquele momento,  estar presente no dia que marca o começo da nova vida do seu namorado. Agora já não podia fazer nem dizer nada, voltou a deitar-se e adormeceu, acordando mais tarde. Consultou alguns sites onde já existiam algumas fotos da apresentação. Sinal que ele estaria quase a voltar.



E foi mesmo isso que aconteceu. Nesse preciso momento, ele entrou no quarto.
-Voltei!-Disse assim que chegou perto de Ana.O rapaz estava com um sorriso enorme, o mesmo que esboçou quando soube que ia ser pai.

-Correu bem?

-Sim, muito bem mas que cara triste é essa?

-Não estou triste. E então já conheceste muitas pessoas?

-Sim. O presidente, dirigentes...

-Só?

-Adeptos.

-Adeptas?

-Não acredito! É por isso que estás assim?

-Não. Gostava de ter ido contigo só isso.

-Por causa das adeptas.

-Não.

-Sim. Não me mintas.

-Porque gostava de ter estado contigo neste momento importante para ti mas também é isso.

-És mesmo tonta! Foi um momento importante mas foi só o primeiro, espero eu! Existirão mais, onde vais poder e eu vou querer que estejas ao meu lado. E sim havia adeptas claro mas qual é o problema?

-Ainda se fazem a ti.E secalhar são mais bonitas que eu.

-Que inseguranças são essas? Eu amo-te e já devias saber isso. Mesmo que fossem mais bonitas é de ti que eu gosto e de quem vou ter um filho.

-Se algum dia deixares de gostar de mim, dizes-me? Não quero que estejas comigo, só pelo nosso filho.

-Achas que eu faria isso? Nunca!

-Não. Mas são as inseguranças.

-Chega dessas inseguranças!Não te vou trocar por ninguém só porque mudei de país e de clube. É de ti que eu gosto, és tu que eu quero ao meu lado, são os teus beijos e o nosso amor uma das coisas que me fazem mais feliz!

-Desculpa.

-Eu desculpo, se esqueceres essas inseguranças todas.

-Eu esqueço.

-Então estás desculpada.-Ana parecia um pouco envergonhado com todas aquelas inseguranças sem razões nenhumas. Slimani puxou a rapariga para si e abraçou-a, dando-lhe depois um beijo curto nos lábios.

-Obrigada por teres mudado mudado tanto a minha vida para melhor!-Disse Ana.

-Isso digo eu! Eu tenho é de pedir desculpa por ter mudado tanto a tua vida e tão cedo.

-Não fizeste nada sozinho. E estás a pedir desculpa por trazeres muita felicidade a mim e à minha vida? Nada disso. Muito obrigada!

-Fazes-me tão feliz!

-E tu a mim!-Voltaram a beijar-se entre sorrisos que transmitiam a felicidade que ambos falavam.

-Está na hora de irmos para casa dos meus pais.-Disse Ana. Tinham combinado almoçar em casa dos seus pais, para finalmente contarem tudo ao seu pai que só agora tinham chegado de uma viagem de negócios. Estavam a sair do quarto quando o telemóvel de Slimani começou a tocar.

-É a minha mãe!-Disse Slimani.

-Atende!

-Estou!
...
-Mãe tem calma! Fala devagar! Estás a assustar-me!
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Olá a Todas!
Desculpem esta demora mas tive de férias e depois tive algumas dificuldades em escrever mas consegui!
Espero que tenham gostado e que deixem os vossos comentários!
Beijinhos! 

sexta-feira, 4 de julho de 2014

8-"Esta rapariga vem aqui passar férias e muda a tua vida por completo."

-Por favor!-Podiam não resolver as coisas, podia Slimani não compreender os motivos de Ana mas esta queria que pelo menos ele a ouvisse. Mantiveram-se alguns segundos em silêncio mas o rapaz acabou por interromper esse silêncio que estava a deixar Ana nervosa.

-Vamos conversar para onde?-Ana respirou finalmente de alivio, iria poder explicar-se.

-Podemos ir para minha casa. Estamos mais à vontade.

-Vamos então.-Passaram pelo Rafael,despediu-se dele e caminhou ao lado do Slimani até sua casa, sempre em silêncio. Entraram em casa e Ana segurou na mão do rapaz puxando-o até ao seu quarto rapidamente para que pudessem deixar para mais tarde a parte das apresentações.

-Posso?-Perguntou ele antes de entrar no quarto.

-Claro! Senta-te onde quiseres.-Ele entrou, fechou a porta e sentou-se ao meu lado.

-Podes ir directa ao assunto? Porque é que te foste embora?

-Sli eu...estou grávida.

-Grávida?

-Sim.

-Foi por isso que vieste embora?

-Não. Eu desconfiava mas ainda não tinha a certeza. Vim fazer exames.

-E porque é que não me contaste o que se passava? Quem é o pai, posso saber?

-És tu! -Slimani estava surpreso mas ao mesmo tempo expressou um grande sorriso.- Tive medo que ficasses contente e que depois afinal não tivesse ou que não quisesses ser pai já.

-Claro que não fazia ainda parte dos meus planos mas estás a ver o meu sorriso? É de quem apesar de tudo isto...não podia estar mais feliz com esta notícia!

-Desculpa mas foram os medos. Desculpa!

-Gostas mesmo de mim?

-Não tenhas dúvidas que gosto e muito!

-Anda cá!-Ana aproximou-se dele. Slimani aproximou os seus lábios dos de Ana que colocou as suas mãos na pescoço dele. De seguida juntaram os lábios para um beijo calmo.

Aquele beijo significava que Slimani a desculpava, que a queria ao lado dele e ele também queria estar ao lado dela numa nova etapa muito importante na relação dos dois: a gravidez de Ana. Etapa que chegou quando menos esperavam mas que os dois a queriam aproveitar ao máximo.
-O que foi?-Perguntou o rapaz.

-Tenho 18 anos e já vou passar por aquilo que quase todas as mulheres mais querem que é ser mães.

-Estás arrependida?

-De que? Daquela manhã? Nunca! É cedo mas contigo ao meu lado só posso estar feliz.

-Ainda bem! Vou estar sempre ao teu lado!

-Olha, outra coisa: a minha mãe está em casa. Posso apresentar-te a ela?

-Podes mas eu não vou perceber nada do que ela diz.

-Mas isso é normal, era a mesma coisa que eu falar contigo em português. - Ana não sabia falar francês e muitas das vezes falava com o namorado em inglês.

-Pois é verdade. Tens de me ensinar algumas coisas.

-Sim tens muito que aprender.

-Pois tenho mas vamos lá!-Sairam os dois do quarto de mão dada e caminharam pelo corredor até à cozinha onde estava a mãe de Ana.

-Mãe!

-Chegaste e não disseste nada! Está tudo bem?-Perguntou, virando-se de seguida para a sua filha que tinha a seu lado Slimani.-Boa Tarde!

-Boa Tarde!-Slimani tinha percebido. O Boa Tarde, Bom Dia e olá era das poucas palavras que já conhecia bem.

-Mãe este é que é o Is...

-Trata-me como quiseres!-Disse o rapaz.

-É o Slimani tal como eu te tinha dito!

-Muito gosto em conhecer-te!-Disse a sua mãe a Slimani. Claro que este não percebeu, Ana teve de repetir em inglês e só depois os dois se cumprimentaram.-Vais assumir as tuas responsabilidades não vais?-Mais uma vez a rapariga repetiu de modo a que Slimani percebesse.

-Claro que sim! Eu não podia estar mais feliz! A sua filha é que foi tonta ao ter medo de me contar! E é para traduzires tudo!-Disse Slimani a rir.

-Passando a traduzir: Claro que sim! Eu não podia estar mais feliz! Eu fui uma tonta por ter medo de lhe contar! E era para eu traduzir tudo!-A mãe de Ana desmanchou-se logo a rir.

-E foste mesmo! E agora como é que vai ser a vossa vida a partir de agora?

-Não sei. Ainda não falamos disso!- Slimani olhava para Ana à espera de uma tradução

-Ai desculpa!A minha mãe perguntou como é que vai ser a nossa vida a partir de agora. Eu disse que ainda não falámos sobre isso.- O rapaz levou as mãos à cabeça e parecia se ter esquecido de algo, algo muito importante.-Que foi?

-Esqueci-me de te contar uma coisa.

-Tem a ver com o futebol?

-Sim.

-Vamos então dar uma volta e conversar sobre isso pode ser?

-Sim!

-Mãe o Sli esqueceu-se de me contar uma coisa. Vamos dar uma volta e conversar.

-Não voltes tarde! Conto com vocês para jantar!

-Sim, não demoramos muito.

Saíram os dois, desceram a rua a pé durante uns 5 minutos enquanto trocavam alguns beijos e mimos. Ana morava na zona da Expo e foi junto ao mar que pararam para conversar.
-O que vem nos jornais é mesmo verdade?-Perguntou Ana.

-O que é que vem nos jornais? Eu não vi jornais portugueses.

-Que estás a caminho do Sporting.

-Sim, isso é verdade!

-A sério?

-Sim!-Ana apressou-se a abraçar Slimani. Quando viu a noticia no jornal não quis acreditar porque podia ser mentira. Mas é verdade e não podia estar mais feliz com aquele noticia.

-Secalhar é injusto eu estar feliz com isso, vais deixar o teu país e a tua família.

-Foi uma escolha minha. Quero-te a meu lado!

-Quando é que tomaste essa decisão?

-No dia em que tu te tu foste embora.

-Desculpa!

-Para de pedir desculpa!

-Tenho de pedir! Enquanto abdicavas de certas coisas por mim, eu desaparecia por causa dos meus medos. Que parva.

-Foste tonta mas já passou!-Disse o rapaz chegando para perto de Ana, depositando-lhe, de seguida, um beijo na bochecha. Ela sorriu e retribuiu-lhe com um beijo na boca.

-E com que então Islam Slimani?

-Só os meus pais é que me chamam por Islam, todos me conhecem por Slimani.

-Nunca gostei de chamar as pessoas pelo ultimo nome, Islam!

-Como queiras!

-Já está a ficar tarde. Eu prometi à minha mãe que íamos jantar, vamos?

-Jantar de família?

-Quase isso. O meu pai não está.

-Já me apresentaste à tua mãe, que me dizes de eu te apresentar à minha família como minha namorada?

-Essa ideia é assustadora mas aceito!-Ana tinha algum medo da reacção dos pais dele por causa das leis da Argélia mas tinha de ser um medo que tinha de enfrentar, pelo amor dos dois.

-Amanhã!

-Amanhã?

-Sim. Tenho bilhete no voo das 9:00h.

-Eu vou contigo!

-Mas eu pago o teu bilhete! Só aceito que vás porque quero te apresentar aos meus pais como deve ser

-Só aceitas? Isto é assim?

-Sim, não faças essa cara! Vamos amanhã e voltamos no dia a seguir!

-Logo no dia a seguir?

-Sim. Estamos em Julho! Para a semana sou apresentado no Sporting e além disso tenho de me ambientar a Portugal!

-Estou ao teu dispor! 

-Ao meu dispor? Gosto disso!

-Ei! Ao teu dispor para te ajudar a ambientares-te!

-E esta noite?

-Precisas de alguma coisa?

-Sim de uma cama!

-Tens a minha! 

-Também preciso de ajuda para me ambientar a camas novas!

-Nem penses! Só quero dormir agarradinha a ti!-Disse encostando-se às costas dele e rodeando a cintura dele com os seus braços.

-Isso também é bom!-Disse Slimani, soltando-se para ser ele agora a rodear a cintura dela com os seus braços. De seguida, deu-lhe um beijo ao de leve nos lábios.

. . .
Apanharam um táxi para o aeroporto, onde compraram um bilhete para Ana. Daí voltaram a casa onde a mãe desta já a esperava para jantarem.
O jantar decorreu normalmente com muitas traduções pelo meio.
-Mãe ele pode dormir cá?

-Sim.

-Na minha cama?-Perguntou a medo.

-Sim mas muito juízo!

-Desculpa mãe mas mais bebés não fazemos! Já está feito.

-Ana!-Disse repreendendo-a mas acabou por se rir a seguir. Ana pegou na mão de Slimani e arrastou-o pelo corredor até ao seu quarto. Explicou-lhe o que tinha dito à mãe e também ele se riu.

-Bem, é verdade! Mas isso não impede de outras coisas.

-Sim de dormir agarrada a ti!

-Sim isso mesmo!-Disse ele sorrindo. Foi mesmo isso que aconteceu, adormeceram e acordaram ao lado um do outro sem tentativas de algo mais.

No Dia Seguinte...
Slimani estava cansado, Ana pouco tinha dormido na noite anterior e agora que estava tudo bem tinham adormecido num instante. O acordo desta manhã foi com muito amor, sorrisos e beijos. Eles estavam realmente felizes.
Assim que se levantaram foi sempre a correr para estarem a horas no aeroporto.

...
Eram 14h quando aterraram no aeroporto de Argel, capital da Argélia. Apanharam logo um táxi para casa. Já à porta, Slimani notou que Ana estava demasiado nervosa.
-Calma!-Abraçou-a, tentando acalmá-la.

-Eles estão em casa?

-Sim. 

-Isso quer dizer que vamos ter a conversa já?

-É melhor.

-Vamos a isso então.-Entraram em casa onde os pais já o esperavam na sala. A cara deles não era de muito felizes mas sim até um pouco chateados. Também estava presente a irmã que parecia um pouco nervosa tal como Ana.

-Boa Tarde!-Disseram os dois.

-Boa Tarde? Mas o que é que vai na tua cabeça?

-Calma pai!-Eles falavam francês e Ana ia percebendo algumas coisas. Não sabia falar francês mas percebia algumas coisas. O que percebia perfeitamente bem é que os pais dele estavam chateados, o que a deixou mais nervosa.

-Esta rapariga vem aqui passar férias e muda a tua vida por completo.

-Pois mudou e eu estou feliz! Não consegues ver isso?

-Antes não estavas?

-Totalmente não. Eu ambiciono mais, seja no futebol como na minha vida pessoal. E finalmente vou conseguir isso...vou para um grande clube e estou a constituir a minha família!

-Constituir família? Um namoro de um mês e uns dias já é família?-Ana permanecia em silêncio tal como a mãe e a irmã de Slimani, apenas o pai falava e respondia a Slimani.

-Também mas não só pai.-Slimani segurou a mão de Ana e puxou-a para mais perto dele para depois rodear a sua cintura com o seu braço. Depois o rapaz fez algo que Ana não esperava e que ele ainda não tinha feito desde que soube que ia ser pai. A sua outra mão muito devagar foi parar à barriga da jovem, fazendo com que todos olhassem também para lá.

-Parabéns!-Disse Maria. Ela tinha tido uma reacção muito repentina, fazendo com que se instala-se um grande silêncio que acabou por ser quebrado pela mãe de Slimani.

-Parabéns! Fico...-Ela não conseguiu acabar de falar, o pai queria falar.

-Ficas o que? Achas isto bem? Concordas com isto? Eu não!-Disse bastante zangado e não ficava por ali. As sua palavras que se seguiram chocaram todos.
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E este foi mais um capítulo! Gostaram? 
Espero que sim! Deste capítulo e espero que também estejam a gostar do rumo da história!
Fico à espero dos vossos comentários que são muito importantes para mim.
Beijinhos a Todas!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

7-"Tu neste momento podias ter um irmão mais velho."

-Quero abortar.

-Estás a dizer isso de cabeça quente. Tens de pensar.

-Não! Quero, quero quero!-A rapariga dizia aquelas palavras muito apressadamente enquanto chorava.

-Calma filha!-A sua mãe abraçou-a, tentando confortá-la.

    .  .  .
-Mais calma?-Perguntou a mãe a Ana, já em casa.

-Um bocadinho.

-Então vamos lá conversar.

-Agora?

-Sim, é melhor. Eu não te aconselho a abortares!

-Mas...

-Mas nada filha! O melhor é seguires com esta gravidez.

-Porque mãe?

-Tu neste momento podias ter um irmão mais velho.

-Tu fizeste um aborto?

-Sim. E ainda me arrependo disso.-Ana ficou alguns minutos pensativa. Pensava no que a mãe lhe acabara de contar e na sua gravidez.

-Mas eu tenho medo.

-Do que?

-Só tenho 18 anos. 

-Devias ter pensado nisso antes.

-Eu sei. E...

-E?

-Não sei quem é o pai.

-Não sabes? Então mas não disseste que era o rapaz que conheceste na Argélia?

-Lembras-te do Rafael?

-Sim. O teu melhor amigo que gosta de ti.

-Sim. Houve uma noite que eu bebi demais e no dia a seguir acordei sem roupa e sem me lembrar de nada. Ele diz que não aconteceu nada mas não tenho a certeza, ele gosta de mim.

-Há testes que podes fazer. Mas fala com ele de novo.

-E se ele disser que não aconteceu nada? 

-Tens de confiar, acima de tudo ele é teu melhor amigo. E falar com o outro rapaz, ele tem de assumir.

-Depois de eu ter vindo embora sem lhe dizer nada, nem me deve querer ver à frente.

-Isso foi o teu medo que falou mais alto.

-Pois foi. Eu vou para o meu quarto, pode ser?

-Sim, vai!

Ana subiu ao seu quarto. Entrou, fechou a porta e sentou-se na sua cama. As palavras da mãe tinham-na deixado a pensar e fizeram com que ela própria pensasse de outra maneira. Se abortasse, talvez se arrependesse para sempre disso.
Depois de alguns minutos a pensar, pegou no seu telemóvel e na lista de contactos percorreu-a até encontrar o nome Rafael. Ainda hesitou mas acabou por ganhar coragem e carregar no botão de chamar. Depois de dois toques, ele atendeu.
-Ana?-Perguntou ele do outro lado.

-Sim! Olá!

-Já voltaste? Tinha saudades de ouvir a tua voz!

-Já! Achas que é possível nos encontrarmos? Precisava de falar um pouco contigo.

-Isso nem se pergunta! Claro que sim!

-Quando é que podes?

-Já!

-Pode ser no café ao lado da minha casa?

-Pode! 10 minutos e estou aí.

-Até já então!-Disse a rapariga, desligando a chamada.

Guardou o telemóvel na sua mala e voltou até à sala onde ainda estava a sua mãe. Avisou-a que ia ter com o Rafael e saiu. Desceu alguns metros a sua rua, até ao café onde Rafael estava também a chegar.
-Olá Ana!-Disse o rapaz com um grande sorriso dando-lhe dois beijinhos.

-Olá Rafael! Sentamo-nos?

-Sim!-Sentaram-se logo na mesa que estava mais perto deles. Pediram algo para beber e a rapariga quis ir logo directa ao assunto que lhe interessava.

-Rafael...eu...preciso de falar contigo sobre....aquela noite.

-Outra vez esse assunto?

-Sim. É muito importante que sejas sincero comigo.

-Nós somos amigos há 5 anos e sempre fui sincero contigo Ana. Sabes que eu sempre senti algo mais por ti mas nunca era capaz de te forçar a nada e muito menos contigo bêbeda como estavas naquele dia.- O rapaz parecia estar a ser super sincero, o que fez Ana querer acreditar nele. A amizade deles sempre se baseou em confiança.

-Sim. Desculpa.

-Mas o que é que se passa?

-Eu estou grávida.

-Parabéns! Quem é o sortudo?

-Argelino. Slimani.

-Slimani?

-Sim. Porque?

-Por isto. -O rapaz poisou à frente de Ana o jornal A Bola daquele dia. Na capa o que a rapariga menos esperava.

-Islam Slimani perto de assinar pelo Sporting.-Lia a rapariga na capa daquele jornal. 

-É ele?

-Sim.

-E quando é que o conheço?

-Não sei. 

-Então?

-Ele não sabe da gravidez ainda. Eu vim embora sem lhe dizer. Medos.

-Gostas dele?

-Sim muito mas...

-Mas só te resta ir atrás dele.

-Ele não me deve querer ver à frente.

-Liga-lhe. Por mais que esteja chateado, quando souber que vai ser pai, vai ficar feliz e querer estar ao teu lado.

-Obrigada pelas tuas palavras!

-Sabes bem que estou aqui para o que precisares.-Ana levantou-se da sua cadeira e dirigiu-se ao seu amigo, abraçando-o.- Vá agora liga lá ao rapaz!

-Vou fazer isso!- Pegou no telemóvel e depois de percorrer a lista telefónica, começou a ouvir o som de chamar mas nesse preciso momento ouviu um telemóvel a tocar. Como por instinto olhou à sua volta. Naquela mesma rua, a passar àquela esplanada estava quem ela menos esperava.

-Islam?-Interrogava-se a rapariga surpresa. Apenas hoje tinha descoberto o seu primeiro nome e foi por ele que chamou. Talvez por não esperar por isso ou até por querer mesmo parar, Slimani ainda de costas parou. Ana apressou-se a caminhar até ele, assim que chegou perto dele este virou-se, encarando-a.- Por aqui?

-Sim, sou burro. Vim atrás de ti e tu estás aí agarrada a outro.

-Agarrada a outro? Ele é meu amigo!- Slimani tinha visto o abraço e tinha ficado com alguns ciúmes.

-Eu vi o olhar dele.

-Islam! Por favor! Podemos conversar?

-Para que?

-Tenho muita coisa para te explicar.

-Não sei se quero ouvir. Desiludiste-me.

-Por favor!-Podiam não resolver as coisas, podia Slimani não compreender os motivos de Ana mas esta queria que pelo menos ele a ouvisse. Mantiveram-se alguns segundos em silêncio mas o rapaz acabou por interromper esse silêncio que estava a deixar Ana nervosa.
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Olá!
E este foi o 7º Capítulo!
Espero que tenham gostado e que deixem as vossas opiniões que são muito importantes. Se não gostarem também podem dizer, preciso mesmo de saber se há algo que possa não vos estar a agradar.
Beijinhos!