sexta-feira, 11 de abril de 2014

3-"Prometo que te vou proteger ao máximo!"

Depois daquele beijo ambos sorriam mas não sabiam o que dizer. Permaneciam no mesmo sítio e olhavam-se nos olhos sem quais queres palavras saírem das suas bocas.
-E agora não dizes nada?-Acabou Ana por perguntar.

-Queres que diga o que? Fala tu.

-Beijas-me assim e depois quem tem de falar sou eu?

-Sim! Vais dizer que não querias isto tanto quanto eu?

-Já disse que não sei.

-Mas tu não sabes nada?

-Não sei, não! Eu quando decidi vir aqui, nunca pensei que estas coisas 
podiam acontecer! Eu nem sabia que a Maria tinha um irmão.

-E o que estás a acontecer é mau?

-Não! Mas não devia estar a acontecer! Sabes que não podemos!

-Não gostas de correr riscos? De quebrar as regras?

-Gosto! Mas e …se somos apanhados?

-Só se for pelos meus pais. Como é óbvio que não viu sair contigo à rua, 
não quero que nos aconteça nada.

-O que é que pode acontecer?

-Se saíssemos juntos à rua?

-Sim.

-Podemos ir presos.

-Presos?

-Sim, pela polícia religiosa.

-E não podem vir aqui a casa?

-Só se desconfiarem de alguma coisa.

-Começo a ficar com medo.

-Não tenhas. Eu estou aqui.

-Isto é tudo tão diferente. E os teus pais?

-Eles não iam dizer nada de certeza.

-Nem sei que dizer. Não sabia nada disso.

-É, isto aqui é um bocadinho complicado.

-Agora é melhor ir, antes que alguém perceba que estou aqui.

-E nós?

-Nós? Que nós?

-O beijo.

-Esquece isso. Faz de conta que não aconteceu.

-Mas eu não quero esquecer.

-Sli! Estás a complicar as coisas. Eu não quero ser presa num país que 
ainda por cima não é o meu.

-Mas não vai acontecer nada.

-Pois não! Porque entre nós também não vai acontecer nada.

-Então é tudo por causa das regras?

-Também!

-Também? O que é que te impede mais?

-Aquilo que sinto.- Havia coisas que Ana não lhe queria contar. Aquilo que 
ficou em Portugal, prendia-a um pouco.

-Por mim?

-Sim.

-O que é que sentes?

-Acho que isto é apenas uma atracão. Isto de ter de estar longe de ti, só 
fez com que me desse mais vontade de estar perto.- Ele aproximou-se 
dela e rodeou-lhe a cintura com os seus braços.

-E aí dentro não sentes mais nada?

-Talvez.

-Então é como eu. Podíamos tentar perceber o que é, em conjunto.

-Não, Sli! Esquece!-Ana soltou-se dele. Abriu a porta e depois de espreitar se ali    estava alguém, saiu em direcção ao seu quarto. Ali permaneceu até ser horas de     ajudar a preparar o jantar. Depois de jantar fechou-se no quarto e não saiu 
  mais.

4 Dias Depois…
Passaram quatro dias, Ana passou-os mais na companhia da amiga e a 
conhecer mais um pouco da cidade. Tinha-se afastado de Slimani, preferiu 
assim. Ontem assistiu à detenção de um rapaz e de uma rapariga que 
estavam a conversar um pouco cúmplices, o que a deixou ainda mais 
assustada. Não queria isso para ela e afastar-se era a solução.
Hoje acordou às 9h e passeou pela cidade com Maria. Voltaram a casa à hora de  almoço e de tarde já não saíram. Ana foi até ao quarto, onde ligou o portátil e 
matou as saudades dos pais. Estava a despedir-se deles quando alguém 
bateu à porta.
-Sim?

-Posso?-A porta abriu-se e do outro lado estava Slimani. Ana hesitou em 
deixá-lo entrar mas acabou por fazer-lhe sinal para entrar, fechando a porta a 
seguir e depois os estores.

-Que queres?

-Falar contigo.

-Fala.

-Eu gosto de ti. E não gosto que cada vez estejas mais afastada de mim.- 
O rapaz segurava-lhe nas mãos e ia alterando entre olhar para ela e para o 
chão. Ela parecia ter ficado surpreendida por ele ter ido directo ao assunto 
mas também decidiu falar finalmente aquilo que verdadeiramente sente.

- Sli eu também gosto de ti, sei bem que aqui dentro vai mais qualquer 
coisa do que apenas uma atracão e também a mim me custa estar a
afastada de ti.

-Então o que é que faz com que te afastes, com que me afastes de ti?


-O medo!-Ana encostou a sua cabeça no peito dele.
-Medo da polícia?

-Sim, isso assusta-me!

-É normal mas eu estou aqui. Prometo que te vou proteger ao máximo!

-Eu ontem assisti a um casal ser preso e não estavam a fazer nada de 
mal, estavam só a conversar.

-Se não estavam a fazer nada de mal, devem só ir ter uma reprimenda e 
saem a seguir.

-Ainda bem! Mas olha…sabes o que é que te digo? Não quero saber! 
Quero estar contigo, quero parar de fugir de ti por mais medo que tenha do   que possa acontecer.-Slimani sorriu, soltou as mãos dela para as colocar 
uma na cintura e outra na face da rapariga e colou os seus lábios aos dela 
para  ubeijo calmo. Os lábios tanto de um como do outro pareciam 
conhecer-se bem, apesar de só ainda se terem juntado uma vez.

-Nem imaginas como eu estou feliz!-Disse ele.

-Imagino sim! Eu também estou!

-Agora não fujas mais de mim!

-Só quando os teus pais tiverem em casa.

-Agora quem vai fugir sou eu. Tenho de sair!

-Vais onde?

-Ao estádio, o clube e o meu agente pediram para falar comigo.

-Posso ir contigo?

-Eu não fujo.

-Mas gostava de ir.

-Agora já não tens medo?

-Tenho mas podíamos arriscar.
                                                                                                        
-Podemos mas só se a minha irmã também quiser ir. Assim se acontecer alguma coisa, eu afasto-me e tu estás com ela.

-Então vamos!

-Podes me dar mais um beijo?

-Não sei! Tou a brincar!-Ela aproximou-se e juntou ao de leve os seus lábios aos dele. De seguida saíram do quarto e foram até à sala onde estava Maria.

-Maria queres vir ao estádio?

-O que é que vais lá fazer.

-Ligaram-me para lá ir.

-E a Ana?

-Ela quer vir!

-Vocês são doidos mas eu vou com vocês antes que aconteça alguma coisa.

Saíram de casa, entraram no carro e foram em direcção ao estádio. Pelo caminho Ana tentou não dar muito nas vistas e ia mais deitada que sentada. 15 minutos depois chegaram ao estádio do CR Belouizdad.
Saíram todos do carro, o Slimani seguiu para o estádio e a Ana e a Maria foram andando muito calmamente, parando mais à frente sentando-se num banco. Ali estiveram durante 20 minutos, até que o Slimani mandou uma mensagem à irmã para saber onde estavam. Maria respondeu e 5 minutos depois o rapaz já estava junto a elas.
-Então o que é que eles queriam?

-Falamos em casa. Vamos embora.- Estavam os três de costas quando Ana sentiu uma mão poisar no seu ombro, o que a fez saltar com o susto, assustando também Slimani e Maria. E não era razão para menos. Tinham arriscado demais.
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Olá a Todas!
Espero que tenham gostado deste capítulo!
Obrigada a quem se mantém desse lado apesar de demorar algum tempo a publicar. Fico à espera das vossas opiniões!
Beijinhos!

3 comentários:

  1. Olá...adorei este capitulo, aliás amei...*.*
    Compreendo o medo da Ana, mas ela tem que arriscar...senão não é feliz ;)
    Espero que não seja nenhum policia para os levar presos...:/
    Espero pelo próximo sff bjs

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  2. Olá

    Adorei *_* E ela que não fuja mais :D

    Fiquei curiosa , espero que não seja nada de mal :P PRÓXIMO !


    Beijinhos


    Catarina

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  3. Olá!
    que maravilha, que coisa boa, que amor, que delícia,..ai nem sei mais palavras para descrever. este quebrar da Ana derreteu-me! Ela quere-o, mierda das regras! e agora foram apanhados?! wtf?! não podem , não podem! a ida ao estádio, ele vem para portugal, ihih!
    next!
    besitos.

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